Medo.
Eu confesso, tive medo.
Aliás, posso dizer que ainda tenho.
Medo de me ver no espelho, de conversar comigo, de me ouvir.
Ainda sento e choro lágrimas mudas de medo e remorso.
Meu sorriso treme, meu pensamento gagueja.
Medo, porque ser eu não me basta.
Porque ser eu não é tudo.
E me encontrar comigo é assustador.
Não me reconheço.
Não me entendo.
Não me aceito.
Por isso, tenho medo.
De não me bastar,
e de não sendo o bastante,
por fim, eu me faltar.
E então, restar apenas, o medo.
Medo
nov 13, 2017